o feijão está no fogo e o pensamento fervendo.
não tô falando com ninguém, há muitas coisas a dizer, talvez eu não queira. eu não sei. não há muito o que dizer sobre o que pretendo fazer. há muitos planos. infinitos que não cabem numa cabeça só. enquanto eu durmo, minha alma flutua à procura de desfazer os nós.
e a quanto tempo há nós?
eu deveria estar presente, ele é uma dádiva. mas acho incoerente a pele que uso pra estar à frente. não tô contente. ainda não. muitas coisas precisam estar prontas pra que eu possa começar. o recomeço é assim mesmo, botar cada coisa em seu lugar.
e quando não há?
em quarenta minutos poderia estar pronto, mas nunca está. porque eu não estou. e a vontade de fumar só aumenta mais quando meu organismo sente a abstinência de substituir um vício pelo outro. nunca tem retorno. e não espero o troco. só penso que, um dia, estarei presente e contente com minha imagem à frente, respirando o ar da noite que me pertence. sem mentes, elas são prisões, em corações de desejos cadentes. canções, opiniões, meus pés não sentem a dor de ilusões, estou distante e carente. ausente. eu pretendo voltar, um dia, quando você estiver lá, mas nunca pronto pra ir me buscar, porque não há. simplesmente não há.
só peço paciência pra continuar a me procurar. necessito me achar.